São muitas as camadas existentes no vídeo do prefeito Edmilson Rodrigues no metrô lotado em Dubai durante a visita para participar da COP 28.A imagem contrasta com a do gestor quando está na cidade em que governa.
Primeiro porque, óbvio, aqui, ele não anda de transporte público. Aqui, o transporte não presta, seja pela precariedade contra a qual só a intervenção de Helder Barbalho foi capaz de abrir horizontes, seja pelo fato de que, aqui, Edmilson está mais para um príncipe, cercado por sua claque de aplausos e pela milícia de segurança, do que para um trabalhador como os que ele condena ao desconforto de uma cidade desgovernada.
Prefeito Alice?
Outro contraste é o do próprio trabalhador que se apresenta na imagem. Por aqui, a impressão de sempre nas comunicações do prefeito é a do sorridente gestor que tenta fazer parecer grande as insignificantes conquistas de seu mandato.
O sorriso e a maneira abobalhada com que ele se dirige ao público fazem parecer que aquele personagem estava ali, no ar condicionado, sentado, esperando essa sua única vez e maneira de trabalhar, a saber, a hora de contar histórias das quais todos dúvidam
Trabalho?
Lá, em Dubai, o Edmilson cansado de trabalhar dá a dica do que fez: esteve com os poderosos de outros países, tratou dos grandes temas, utilizou a imagem de sempre, do homem para quem Lula promete as coisas.
Aqui, a população, de certo, gostaria de um Edmilson menos grandiloquente, mas que, por exemplo, recolhesse o lixo da porta do povo.
Talvez por isso, por essa ausência, esse mesmo povo o tem rejeitado nos passeios que o prefeito tenta dar em busca de atenção.
Edmilson Rodrigues no metrô errado da história
Paradoxalmente, a grande chance que representa a COP 30 para o prefeito de Belém pode transformar-se na sua sepultura política ou sentença ao ostracismo.
O evidente despreparo de Edmilson para fazer o que tem de ser feito vai mostrar à população que ele não é o homem certo para os novos tempos que devem surgir para a cidade e os anos de irrelevância legislativa devem somar-se aos de irrelevância no executivo para apagar a boa memória dos anos dos primeiros mandatos.
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